quarta-feira, 23 de março de 2016

Ciência em Versos

“Quarta-feira, na aula de Ciências, o professor Newton diz:
- Crianças, vocês sabiam que, se escutarem com atenção, vão ouvir a poesia da ciência em tudo?”




Naquela Noite

“Naquela noite antes de tudo, no espaço sideral,
Não existia nada, nada material.
Sem árvores, sem lareiras, só um calor bem quente.
Era tudo condensado num pontinho inocente.

Então do nada veio, de repente, com um estrondo,
Trazido por suas renas, um gordo bem redondo.
Seu nariz escorria, ele não ia se segurar.
‘Oh, Corredora! Oh, Dançarina! Não vou aguentar!’

Soprou e bufou, aí saiu um ATCHIIIM!
Foram zilhões de vulcões, o universo surgiu assim.
O pontinho explodiu. Estrelas por toda parte.
Terra, Vênus, Júpiter, Netuno, Urano e Marte.

O hélio, o hidrogênio, os mares e as montanhas,
O ovo e a galinha, os pássaros e as aranhas.
O jornal de anteontem, a salada de jiló,
Os prótons, nêutrons e elétrons, o porco assado da vovó.

O universo se expandiu, e o gordo disse, com um suspiro:
‘Quem vai acreditar que a origem foi um espirro?
Vamos lhe dar um nome melhor e deixar todos maravilhados.

Um feliz BIG BANG, e agora todo mundo agasalhado!’”

“...
O espaço é fantástico, incrível, espetacular.
Mas cometi aquele erro e agora eu vou chorar.
Na aula de Ciências, eu estava a cochilar...”

“Cochilando...
Cochilando...
É aula de Ciências,
E eu cochilando...”

Fonte: SCIESZKA, Jon e SMITH, Lane. Ciência em Versos. São Paulo/SP: Companhia das Letrinhas, 2012.