“Quarta-feira,
na aula de Ciências, o professor Newton diz:
- Crianças, vocês sabiam
que, se escutarem com atenção, vão ouvir a poesia da ciência em tudo?”
Naquela Noite
“Naquela
noite antes de tudo, no espaço sideral,
Não
existia nada, nada material.
Sem
árvores, sem lareiras, só um calor bem quente.
Era
tudo condensado num pontinho inocente.
Então
do nada veio, de repente, com um estrondo,
Trazido
por suas renas, um gordo bem redondo.
Seu
nariz escorria, ele não ia se segurar.
‘Oh,
Corredora! Oh, Dançarina! Não vou aguentar!’
Soprou
e bufou, aí saiu um ATCHIIIM!
Foram
zilhões de vulcões, o universo surgiu assim.
O
pontinho explodiu. Estrelas por toda parte.
Terra,
Vênus, Júpiter, Netuno, Urano e Marte.
O
hélio, o hidrogênio, os mares e as montanhas,
O ovo
e a galinha, os pássaros e as aranhas.
O
jornal de anteontem, a salada de jiló,
Os
prótons, nêutrons e elétrons, o porco assado da vovó.
O
universo se expandiu, e o gordo disse, com um suspiro:
‘Quem
vai acreditar que a origem foi um espirro?
Vamos
lhe dar um nome melhor e deixar todos maravilhados.
Um
feliz BIG BANG, e agora todo mundo agasalhado!’”
“...
O
espaço é fantástico, incrível, espetacular.
Mas
cometi aquele erro e agora eu vou chorar.
Na
aula de Ciências, eu estava a cochilar...”
“Cochilando...
Cochilando...
É
aula de Ciências,
E eu
cochilando...”
Fonte: SCIESZKA,
Jon e SMITH, Lane. Ciência em Versos.
São Paulo/SP: Companhia das Letrinhas, 2012.